domingo, 1 de fevereiro de 2009

Movimento Civico e Estudantil do Porto e Associação Feiras e Mercados da Região Norte lançam MANIFESTO À CIDADE

- Porquê… adiar (novamente) a Reabilitação do Mercado do Bolhão para 2010?
- Porquê… pagar (novamente) cerca de 1milhão de euros por outro Projecto?
- Porquê transformar novamente o Mercado do Bolhão num Shopping?
- Porquê … privatizar novamente o Mercado do Bolhão?


2008

Na Avenida dos Aliados a 21 de Janeiro 2008 O Movimento Cívico e Estudantil e a Associação de Feiras, há cerca de um ano, realizaram um gesto cívico para impedir o horror que podia ter sido a demolição do Mercado do Bolhão, que a Câmara Municipal do Porto aprovou à empresa holandesa "TCN" a concepção, construção e exploração de um "SHOPPING", demolindo todo o seu interior, numa parceria público/privada, durante 70 anos (50+20). Perdia-se a "Alma Bolhão". Podia ter sido a morte de um ícone do Comércio Tradicional, num total e absoluto desrespeito pelas Pessoas e pela Memória Futura.

Ao longo do ano de 2008, muitos foram os gestos cívicos que uniram os cidadãos, as associações e os movimentos, que contrariaram a demolição do Mercado do Bolhão, reconhecendo a Edilidade, a Câmara Municipal do Porto, o erro que podia ter sido cometido se estes cidadãos não se manifestassem.


2009

Hoje na Cooperativa Árvore, dia 30 de Janeiro de 2009, O Movimento Cívico e Estudantil e a Associação de Feiras e Mercados da Região Norte, manifestam a sua discordância na forma como está a ser preparada a Reabilitação do Mercado do Bolhão pela Câmara do Porto que, em tese, resulta numa nova agressão ao Património e ao Erário Público, através de um Programa Preliminar, desastroso económica e funcionalmente, gastando em obras 20 milhões de euros (em vez dos 12,5 milhões previstos, no projecto aprovado em 1998), condicionando o desenvolvimento público do Mercado, com o acesso ao parque de estacionamento privado da "Casa Forte" e uma cobertura de Shopping em todo o seu interior, alterando as características Patrimoniais de relevo e composição única na Península de Mercado aberto pelo seu interior e consequentemente, os Comerciantes e os seus Utentes, perderão um dos maiores símbolos da cidade, à semelhança do que aconteceu com a demolição do Palácio de Cristal em 1951.


O Movimento Cívico e Estudantil e a Associação de Feiras e Mercados da Região Norte, não deixarão de questionar: ·


1. O Porquê… da Câmara Municipal do Porto iniciar as obras só em 2010 e consequentemente, até lá, provocar a saída dos comerciantes?Quando pode iniciar as obras já em 2009, mantendo o mercado de frescos e alma de Bolhão, utilizando o projecto da cidade, aceite pelos comerciantes, aprovado em 1998 pela Câmara Municipal e todos os Organismos da Cidade, pago pelo erário público, cujas bases do concurso foram elaboradas pelo Centro de Estudos da Faculdade de Arquitectura do Porto, avaliado por um Júri de reconhecido mérito – Professores e Arquitectos Álvaro Siza Vieira e Duarte Castel-Branco, a Ordem dos Arquitectos e os representantes da Edilidade, entre Outras Individualidades;

2. O Porquê… do Ministério da Cultura mandar elaborar outro projecto? - Quando aprovou em 1998 o projecto da cidade e terá de pagar novos honorários, cujos custos para o erário público, por certo, serão superiores a 1(um) milhão de euros, numa altura em que o País e os Portugueses estão em recessão económica, quando é necessário coadjuvar o tecido empresarial (com relevância para o comércio tradicional) e não deixar desactivar este espaço emblemático e identitário Social, Cultural e Económico desta Bela Região de Portugal.

3. O Porquê… Destes dois Organismos, Ministério e Câmara, deixarem desde 1998 até 2010 que a actividade comercial desapareça do Mercado em com ela a sua "Alma" (em 1998 existiam cerca de 440 comerciantes, em 2008 cerca de 170), até 2010 será difícil para os comerciantes manter as suas actividades?

4. O Porquê… Depois das obras realizadas entregar a Exploração a privados?


O Movimento Cívico e Estudantil e a Associação de Feiras e Mercados da Região Norte, refuta a hipocrisia e advoga valores Humanos e Patrimoniais, anunciam um conjunto de outros gestos e acções cívicas que impeça (novamente) a descaracterização do Mercado do Bolhão, o torne num Shopping e seja entregue a exploração a privados, defendendo o inicio este ano 2009 das obras de Reabilitação, implementando Projecto da Cidade aprovado pela Câmara e pelo Ministério da Cultura (IPPAR) em 1998, recorrendo para este efeito à marcação de uma reunião de trabalho com as seguintes Individualidades e Entidades:


. Com o Senhor Primeiro Ministro do Governo da República Portuguesa;
· Com a Senhora Governadora Civil do Porto;
· Com a Senhora Directora dos Bens Culturais (IGESPAR), Casa de Ramalde
· Com o Partido Social Democrata;
· Com o Partido Socialista;
· Com o Bloco de Esquerda;
· Com o Partido Comunista Português
· Com o Partido Centro Democrático Social/ Partido Popular


O Movimento Cívico e Estudantil e a Associação Feiras e Mercados da Região Norte, solidariza-se com o exemplo intelectual, de Lisura e de Vida, que o Cineasta Manoel de Oliveira teve quando recusou, do Dr. Rui Rio, o Prémio que lhe queria atribuir!